HISTÓRIA

Francesco Pantalena, fundador da marca Gioielli Pantalena, é artesão de joias de altíssima qualidade há mais de setenta anos. Sua história no Brasil começou em 1939, quando desembarcou com a família em São Paulo, vindos da Itália, e logo se interessou pelo ofício, sob a tutela de uma amigo da família. Anos mais tarde, com um pequeno espaço de trabalho na rua Barão de Paranapiacaba, já naquela época tradicional centro de comércio joalheiro da cidade, recebeu as primeiras encomendas de algumas casas elegantes da rua Barão de Itapetininga. Rapidamente, o joalheiro tornou-se o predileto da colônia italiana, tanto pela qualidade da matéria prima utilizada, quanto pelo perfeccionismo de seu trabalho.

Francesco passava semanas trabalhando em uma única peça, e através da confecção de joias inspiradas nos filmes de Hollywood e nos postais franceses que ditavam a tendência dos anos 1940, buscava valorizar a beleza feminina e recriar a atmosfera de glamour da época. Nessa época, Francesco mudou-se para a rua Xavier de Toledo, conhecida pelas lojas mais elegantes do centro de São Paulo, onde comprou um conjunto muito confortável e estabeleceu seu ateliê para receber elegantes clientes, bem como empresários, industriais e grandes comerciantes que se destacavam na nova sociedade paulistana. No cerne dos diversos eventos beneficientes, jantares e festas da colônia italiana, estava sempre Irma Pantalena, esposa de Francesco, exibindo, com grande desenvoltura, as belas joias do marido, divulgando assim a marca e fidelizando a seleta clientela. Nesse horizonte, Francesco nunca precisou, ou quis, abrir uma loja, mantendo-se como um joalheiro de "portas fechadas", o que lhe permitiu manter o método tradicional de fabricação das peças, controlar todo o processo produtivo e priorizar a fabricação de joias exclusivas com atendimento personalizado.

Na década de 1960, a Gioielli Pantalena torna-se referência nacional, quando grossas pulseiras escravas cravejadas de pedras brasileiras, vendidas com imenso sucesso na sofisticada joalheria de Roma Astuccio D'Oro, foram usadas por Ornella Vanoni e Mina, cantoras ícones da época. Apesar da popularização do consumo de joias no Brasil, nos anos 1970 e 1980, através do aumento de lojas e anúncios em magazines de grande circulação, Francesco manteve-se a parte deste universo e fiel aos seus ideais, acreditando que o bom joalheiro é aquele que não segue tendências, mas oferece a suas clientes uma joia de alta qualidade, bem confeccionada, atemporal, sem deixar de apresentar certa exclusividade. Esse pensamento permitiu a Francesco elaborar peças em estilos completamente distintos, desenvolvendo desde minuciosos trabalhos em esmaltaria, técnica que dominava como poucos e na qual criava dezenas de tonalidades e formas, até joias caras e luxuosas, que mesclavam diamantes brancos, corais e turquesas, apresentando motivos alegres e figurativos.

No final dos anos 1970, Mario Pantalena, filho de Francesco, com sua densa bagagem cultural, criou, para a marca do pai, aneis de ouro tramado e pulseiras que viraram mania nacional. Mario também desenvolveu uma linha de joias mais conceitual, utilizando misturas inusitadas de materiais até então pouco valorizados, como turquesa, corais e moedas antigas. Na década de 1990, Mario (filho), Ana Flavia e Paulo Augusto (a terceira geração de joalheiros) engajaram-se na profissão, trazendo frescor à marca do avô. Com conhecimentos e técnicas de ourivesaria adquiridos em cursos na Sotheby's Institute of Art (Londres) e Gemological Institute of America (Nova York), eles desenvolveram uma linha contemporânea de joias para a tradicional Gioielli Pantalena.

Durante sete anos, avô e netos compartilharam momentos de sucesso com a nova linha. Hoje, Mario segue como joalheiro à frente da marca: Pantalena Joias Contemporâneas.